terça-feira, junho 08, 2010

"(...)tem raízes como a fumaça" por Marcela de Oliveira




E num pequeno e curto, como se faz um instante, a vida torna seu momento retrocesso. Ou não, já que por mais que seja ali, com a mesma presença carnal, nunca é igual.

Aliás, presença carnal?
Que corpo...
Pele macia, cheiro gostoso, peças perfeitas, se encaixam.
Impregnado na minha mente, e quase posso senti-los, tais sentimentos.
Ia assim deslizando minhas mãos naquelas curvas suaves e aveludadas, tratando cada célula vigente com o devido carinho, com o devido cuidado..
Começava pela boca (essa impossível esquecer). Beijava, literalmente, a boca.. curtia os traços mais detalhados e obscuros dela. E então, como se num mapa inexplorado, ia deslizando suave e grosseiramente, quase que num pleonasmo cheio de curiosidade, cheio de amor, e sede de descoberta.
Adoro essa sensação. Desejo ardente e macio, contradições que se complementam..
E ali, naquela pele, naquele dorso, naquele pescoço, naquele movimento, naquela respiração..
É como se a estivesse sentindo no momento. Neste momento. Cada detalhe...
Cada dedo se engalfinhando em minhas costas, cada mordida, cada gesto, cada segundo que já se foi, cada segundo que ainda vem, seu gosto, e até sua onipresença quase onisciente.
E eu aqui, perdida e políticamente aprofundada nos pensamentos mais lúdicos, restando apenas vestígios de uma lembrança que se torna(cada vez mais) presente no futuro, see perfume no travesseiro, e mais um pouco na gola da camiseta. Marcando, e marcando, e marcando...

Emoção.
Exautidão.
(des)Apego...

"Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pelos leves são relva boa
Fresca e macia.
Eu quero-a agora, sem mais demora
(...)
Que fica e passa, que pacífica
Que é tanto pura como devassa
Que tem raízes como a fumaça..."

quarta-feira, março 03, 2010

"Hey garçom, desce mais uma Devassa" por Marcela de Oliveira





Hoje eu decidi que, este blog servirá também pra um outro tipo de "licença", e como tudo nessa vida pode virar poesia(na minha singela opinião), política também será uma licença poética por aqui.
Toda hora, alguém quer falar sobre alguma coisa, expôr seus conhecimentos, seus pensamentos, ou seus conhecimentos que viram pensamentos.
Falando então em consequências, estive pensando em especulações. Principalmente aquelas que se tornam descaradas e, não contentes apenas com isso, deslavadas também.
A propaganda da cerveja "Devassa" foi acusada de ser sexista e desrespeitosa nesses últimos dias. Ok, concordo plenamente com o parênteses de preservação visual feminina, e que a imagem da mulher, em contraposto, é sempre aquela gostosa e "loira"(metaforicamente) nos comerciais das 'geladas', porém há de se concordar que a Devassa simplesmente fez o que nenhuma outra marca teve coragem de fazer, que foi realmente mostrar toda essa "metáfora" entrelinhada.
Hora se ironiza daqui, outra subentende-se dali, e nunca fica explícito ao público que a propaganda é da cerveja para "machões que adoram um jogo de futebol e mulheres gostosas que só pensam em sexo". O engraçado disso tudo, é que o público desse produto SABE que é exatamente esse objetivo que os comerciais têm, mas aí quando vem uma marca e decide "jogar limpo", há sempre a crítica "sexista", "provocadora", "desrespeitosa" E "censurada".
Há aqueles também, que logo criticam a marca e a propaganda, simplesmente pelo fato, de terem lido ou ouvido a responsável pela acusação da CONAR dizer que "o anúncio não poderá ter eventuais apelos à sensualidade que não constituirão o principal conteúdo da mensagem", ou seja, faça o que for preciso fazer para ficar apelativo, porém não deixe isso na cara! ^^
É mais ou menos assim que funciona, a propaganda "desce redonda" com a ideia da loira gelada e gostosa, ou a "toda boa" da Karina Bacchi sensualizando com um TOP e um MINI shorts disponível somente para caber apenas o nome do produto, que está tudo absolutamente certo e "dentro da lei", é só ter o cuidado de não "deixar claro" que aquilo tudo está acontecendo.
Não precisa ser um ótimo publicitário, para dizer que a propaganda da cerveja foi uma brilhante ideia. A linguagem corporal e visual que eles usaram, foi a mais simples e mais certeira para atingir o stakeholder do produto. As americanas não são lá grande fetiches para os homens brasileiros, mas a Paris Hilton sendo uma socialite riquíssima, praticamente tendo orgasmos com a cerveja na mão, chama a atenção de qualquer um(além der gringa). A linguagem visual é tão grande, que experimenta ver a propaganda sem áudio, é mais que óbvio que a Paris está fazendo um strip, sem nem precisar ouvir o Henry Mancin(vulgo "musiquinha da pantera cor-de-rosa") tocando!

CLIQUE E VEJA O COMERCIAL ANTES DE SER CENSURADO

Sinceramente, não vejo nada de sexista e nem desrespeitoso em relação a mulher, naquela propaganda. Esse tipo de atitude é visto mais em propagandas de carros, por exemplo. Na Alemanha há um forte acúmulo de registros de propagandas que discriminam a mulher e isso nem é comentado, e não são comerciais de cervejas,nem carros, são acusações no ramo publicitário de pequenas empresas. Citando como exemplo de uma dessas acusações, um comerciante de carnes utilizou a imagem de uma mulher nua para fazer propaganda do estabelecimento. Alguns dias depois, foi registrado um caso, no Conselho Alemão de Publicidade, de uma cadeia de hotéis que enviou um cartão postal publicitário exibindo o abdômen de uma mulher de biquini, com os dizeres "aberto 24 horas" sobre a região pubiana, ao lado das palavras "preços sexys".
Contudo a "Devassa" lançou na mídia uma nova propaganda, bem mais curta que a original, de aproximadamente 35 segundos, convidando a todos que não se sentiram ofendidos a assistirem o comercial censurado através da internet, e àqueles que supostamente se sentiram, a propaganda foi ao ar tampando, com uma tarja preta, os seios da "loura bem devassa" estampada no rótulo da garrafa e do copo. Às vezes fica mais fácil ver as coisas de um jeito mais escuso, do tipo olhos vedados àquilo que se vê, ou àquilo que se pode ter a oportunidade nítida de ver. Né?!

VEJA O COMERCIAL APÓS A CENSURA



#nowplaying Muse - Uprising

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

É, você esteve aqui...



vontade de gritar, fugir, correr, te ver, te abraçar, ouvir de novo o som do seu sotaque, sentir o gosto do seu beijo, morder sua boca, pegar na sua nuca, ouvir que você gosta disso, te abraçar, te dar beijinhos, me sentir bem ao seu lado, poder te chamar de amor, pensar em você e saber que você está pensando em mim, receber mensagens inesperadas, e esperadas também, andar de maõs dadas, saber que você tem vontade de me ver, te esperar, te ver, fazer meu mundo parar, ouvir de novo que você se sente cada dia mais envolvida por mim, sentir seu cheiro, sentir você aqui, ouvir tua risada, olhar no seu olho, te abraçar por trás do alto de uma pedra, ver o horizonte e não só no mar mas no seu olho, analisar cada movimento do teu corpo enquanto dança, te encontrar do mesmo modo com que se encontram nos filmes, te chamar de linda, você deitada no meu colo, sentir sua preocupação comigo, me preocupar com você, sentir meu corpo tremer ao ver seu nome naquela mensagem, naquela ligação, frio na barriga, ouvir tua voz no meu ouvido, sua boca na minha, coração acelerar, te olhar sorrir, rir, te olhar me olhar, prestar atenção em cada detalhe seu, ser chamada de sua, te chamar de minha, te conquistar todos os dias, te conhecer de novo a cada dia, sentir meu corpo seu corpo um corpo, tua respiração, seus carinhos, meu abraço envolvendo seu corpo e seus braços apertando pra que eu te envolva mais...

...saudade, memória, lembranças, vontades, angústia, querer ter e não poder, te observar, ver suas fotos, te sentir, te querer...
e saber que você sente tudo isso, com outra pessoa.
Enquanto eu desabafo palavras, respiro saudade, e choro lembranças.
Sentimento forte esse. Desisti de entender, só sei que sinto, fazer oq...
VAZIO.


#nowplaying _ 'Kings of Leon - Use somebody'

sábado, janeiro 30, 2010

"sem eira e nem beira" por Marcela de Oliveira




Vou andando por aí
sem nem saber pra onde ir
deixar com que a direção do vento seja meu sentido
sem rumo,nem documento e nada parecido..

Quero ver o o barulho do mar
e sentir o canto dos pássaros
tocar a brisa,
fazer baliza nas curvas da Liza, com a Sara, com a Mara..

Viajar
correr
e abraçar.
O mundo inteiro, só pra mim.
como se não houvesse problemas,nem certezas
tudo tão simples assim...

Sair e conhecer,
virar a esquina e encontrar um sorriso,
brincar, pular,
e então: o brilho no olhar.
Ver o que já não se vê mais
esquecer o que eu dexei pra trás

Ouvir uma gargalhada e gargalhar também
imagens,
palavras,
sons e ir além...

Além de tudo o que é imaginário,
Chegar ao real.
Real que poucos chegam
mas querem, e apenas desejam ..

Quero o real do sorriso de uma criança,
da comida caçada,
da ciranda cantada
da roda da balança.

Quero pessoas
e quero delas distância.
Quero amor,
sem ter esperanças.
Quero uma manhã
com o sol me gritando,
pra sair correndo
chorando,
pulando,
dançando.

Quero conhecer
e ver o novo,
pra depois ver novamente
e ainda sim será novo..
um pouco diferente.

Quero a diferença
quero a igualdade
Aliás, quero um mundo de pessoas...
LIBERDADE!

Pessoas que saibam amar,
viver, gritar, surtar, xingar e
respeitar.

Andar pela rua e dar bom dia,
amar à pessoas numa boa companhia,
Assim, logo de cara
sem eira e nem beira,
no fundo apenas o choro da cachoeira..

Dobrar a rua e lá ver um olhar diferente
acredito no destino,
mas quem o faz é a gente.

Sempre vale a pena sair por aí
sonhar para o real
sorrir para rir
chorar para gargalhar
sofrer para amar ...

Tudo em sua ordem crescente.
A lei natural da vida
não é curar para ficar doente.

Tudo depende e independe
só se torna real quando se faz contente.

Por isso viver é lema do viver
Se tiver que faça, fazer.
Se tiver que parado, correr.
Se tiver de deixar, trazer.
se tiver que viver, MORRER.

Morte é vida.
E isso não é tão ruim.
Morte daquilo que não se usa
do que não te faz feliz
do que já virou rotina,
morte do diz que não diz.

Morra,
e então nasça outra vez.
Mas morra pra viver diferente,
e não igual da última vez que o fez.