sábado, janeiro 30, 2010

"sem eira e nem beira" por Marcela de Oliveira




Vou andando por aí
sem nem saber pra onde ir
deixar com que a direção do vento seja meu sentido
sem rumo,nem documento e nada parecido..

Quero ver o o barulho do mar
e sentir o canto dos pássaros
tocar a brisa,
fazer baliza nas curvas da Liza, com a Sara, com a Mara..

Viajar
correr
e abraçar.
O mundo inteiro, só pra mim.
como se não houvesse problemas,nem certezas
tudo tão simples assim...

Sair e conhecer,
virar a esquina e encontrar um sorriso,
brincar, pular,
e então: o brilho no olhar.
Ver o que já não se vê mais
esquecer o que eu dexei pra trás

Ouvir uma gargalhada e gargalhar também
imagens,
palavras,
sons e ir além...

Além de tudo o que é imaginário,
Chegar ao real.
Real que poucos chegam
mas querem, e apenas desejam ..

Quero o real do sorriso de uma criança,
da comida caçada,
da ciranda cantada
da roda da balança.

Quero pessoas
e quero delas distância.
Quero amor,
sem ter esperanças.
Quero uma manhã
com o sol me gritando,
pra sair correndo
chorando,
pulando,
dançando.

Quero conhecer
e ver o novo,
pra depois ver novamente
e ainda sim será novo..
um pouco diferente.

Quero a diferença
quero a igualdade
Aliás, quero um mundo de pessoas...
LIBERDADE!

Pessoas que saibam amar,
viver, gritar, surtar, xingar e
respeitar.

Andar pela rua e dar bom dia,
amar à pessoas numa boa companhia,
Assim, logo de cara
sem eira e nem beira,
no fundo apenas o choro da cachoeira..

Dobrar a rua e lá ver um olhar diferente
acredito no destino,
mas quem o faz é a gente.

Sempre vale a pena sair por aí
sonhar para o real
sorrir para rir
chorar para gargalhar
sofrer para amar ...

Tudo em sua ordem crescente.
A lei natural da vida
não é curar para ficar doente.

Tudo depende e independe
só se torna real quando se faz contente.

Por isso viver é lema do viver
Se tiver que faça, fazer.
Se tiver que parado, correr.
Se tiver de deixar, trazer.
se tiver que viver, MORRER.

Morte é vida.
E isso não é tão ruim.
Morte daquilo que não se usa
do que não te faz feliz
do que já virou rotina,
morte do diz que não diz.

Morra,
e então nasça outra vez.
Mas morra pra viver diferente,
e não igual da última vez que o fez.

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